Quando estamos tristes, nosso fígado está triste, nossos rins estão tristes,
nossa pele está triste.
Um interessante incidente ocorreu durante a Guerra do Vietnã, quando soldados
americanos e vietnamitas atiravam uns nos outros através dos arrozais.
Subitamente,
seis monges budistas, com seus mantos alaranjados e cabeças raspadas, surgiram
caminhando em fila numa pequena barreira de terra que separava os arrozais. Eles não
olharam nem para a direita nem para a esquerda, onde se defrontavam os dois
inimigos, mas serenamente caminharam através da linha de fogo.
Disse um dos
combatentes americanos depois:
“Foi estranho. Ninguém atirou mais. E, depois que
passaram, toda a luta saiu de mim. Eu não sentia
mais vontade de combater, pelo menos naquele dia. E parece ter sido assim com todo
mundo, pois a batalha cessou abruptamente, e todos nos, americanos e vietnamitas,
voltamos aos nossos acampamentos”.
Essa ressonância de tranquilidade em meio ao fragor da batalha é um claro
exemplo daquilo que os neurologistas chamam de “circuito aberto” do sistema límbico,
o cérebro emocional. Em sistema de “circuito fechado”, aquilo que estiver acontecendo
à sua volta não o influencia. Um sistema de circuito aberto, entretanto, permanece
continuamente impactado pelos eventos externos: e é por isso que somos
profundamente influenciados pelas pessoas à nossa volta.
O cérebro límbico, a porção emotiva de nossa mente, possibilita uma refinada
sensibilidade ao nosso ambiente, que nos permite captar os sinais de alerta ou
socorrer crianças em perigo.
Essa é a razão pela qual “espelhamos” os outros tão
perfeitamente: em minutos, o batimento cardíaco, e até mesmo o ritmo respiratório de
um grupo de pessoas conversando, começam a se sincronizar. É por isso que até
indivíduos que não se conhecem, sentados juntos em silêncio, transmitem suas
emoções uns aos outros.
Em pouco tempo, grupos em reuniões e times esportivos começam a compartilhar seus humores bons ou ruins, a despeito de estar triunfando ou fracassando.
Todos experimentamos o contágio emocional do júbilo de pessoas positivas à nossa volta, bem como a intoxicação gerada pelos colegas negativos, que nos sugam num redemoinho de irritação, sequestrando a harmonia coletiva.
Mas o que dizer da poção emocional que nós mesmos preparamos – doce ou amarga – para aqueles que nos rodeiam?
A ciência desvendou esse entrelaçamento entre os sentimentos e a fisiologia estudando a bioquímica de nossas emoções. A cada mudança de humor, uma cascata de substâncias bioquímicas que os neurologistas chamam de “moléculas de emoção” – neurotransmissores e hormônios – é despejada pelo corpo, afetando os receptores, que são como discos parabólicos presentes em todas as células. Quando estamos tristes, nosso fígado está triste, nossos rins estão tristes, nossa pele está triste. Como a neurologista Candace Pert explica, “essas moléculas de emoção são liberadas e distribuídas pelo corpo, instruindo as células sobre se devem ou não se dividir, se devem ativar este ou aquele gene. Tudo no corpo e mobilizado por essas moléculas mensageiras, que estão em toda parte”.
Em pouco tempo, grupos em reuniões e times esportivos começam a compartilhar seus humores bons ou ruins, a despeito de estar triunfando ou fracassando.
Todos experimentamos o contágio emocional do júbilo de pessoas positivas à nossa volta, bem como a intoxicação gerada pelos colegas negativos, que nos sugam num redemoinho de irritação, sequestrando a harmonia coletiva.
Mas o que dizer da poção emocional que nós mesmos preparamos – doce ou amarga – para aqueles que nos rodeiam?
A ciência desvendou esse entrelaçamento entre os sentimentos e a fisiologia estudando a bioquímica de nossas emoções. A cada mudança de humor, uma cascata de substâncias bioquímicas que os neurologistas chamam de “moléculas de emoção” – neurotransmissores e hormônios – é despejada pelo corpo, afetando os receptores, que são como discos parabólicos presentes em todas as células. Quando estamos tristes, nosso fígado está triste, nossos rins estão tristes, nossa pele está triste. Como a neurologista Candace Pert explica, “essas moléculas de emoção são liberadas e distribuídas pelo corpo, instruindo as células sobre se devem ou não se dividir, se devem ativar este ou aquele gene. Tudo no corpo e mobilizado por essas moléculas mensageiras, que estão em toda parte”.
Cada emoção tem sua “assinatura bioquímica” particular. A hostilidade, por
exemplo, está associada ao excesso de cortisol; o afeto, a ocitocina; a felicidade, a
dopamina; as sensações de bem-estar, a serotonina e a endorfina. Os sentimentos
de status superior numa hierarquia estão associados aos elevados níveis de
testosterona; e os sentimentos de inferioridade, à baixa testosterona. Tais moléculas
de emoção podem ser um bálsamo ou um veneno à nossa saúde. A excessiva secreção
do hormônio do estresse, o cortisol, que ocorre na raiva, esta ligada à doença cardíaca,
câncer, aids, diabetes, Mal de Alzheimer, depressão e morte prematura. Como o
psiquiatra Redford Williams, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, alerta, “raiva
mata”. Por outro lado, a ocitocina, associada à afeição e ao amor, reduz os níveis de
cortisol e baixa a pressão, protegendo-nos das doenças relacionadas ao estresse.
As novas ciências da Medicina Mente-corpo e da Biopsicologia estão
corroborando aquilo que os sábios do Oriente descobriram há milhares de anos:
podemos mudar nossas atitudes com técnicas que equilibram o sistema hormonal.
Simples práticas diárias como a respiração diafragmática, o relaxamento profundo e a
meditação produzem duradouras mudanças positivas não apenas na saúde, mas na
personalidade.
Podemos ser mestres de nós mesmos, ressoando assim paz e harmonia ao
nosso redor.
Texto do livro: Por uma Vida de Verdade - Editora Ágora
Por: Dra. Susan Andrews
Imagem: Internet
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Anjos..se gostarem cometem...